Protestantes, Evangélicos, Pentecostais e Neopentecostais

O cristianismo é uma religião muito diversa. Ele se divide em grandes ramos: o catolicismo, a ortodoxia e o protestantismo. Além deles, existem também os chamados movimentos restauracionistas, que buscam recuperar práticas do cristianismo primitivo.

O catolicismo é o ramo mais numeroso, com o Papa como líder e grande ênfase nos sacramentos e na tradição. A ortodoxia reúne igrejas orientais que preservam uma liturgia antiga e uma forte ligação com a tradição apostólica.

O protestantismo nasceu no século XVI, durante a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero e outros reformadores. O objetivo era romper com práticas da Igreja Católica, como a venda de indulgências e a autoridade papal, e colocar a Bíblia como única fonte de fé e prática. Dentro do protestantismo existem várias denominações, como luteranos, calvinistas, anglicanos, batistas e metodistas.

Os evangélicos são um grupo dentro do protestantismo que surgiu no século XVII. O nome vem de “evangelium”, que significa “boas-novas”. Eles dão maior ênfase à experiência pessoal de fé e à evangelização. Por isso, podemos dizer que todo evangélico é protestante, mas nem todo protestante é evangélico. Por exemplo, luteranos e anglicanos são protestantes, mas não costumam ser chamados de evangélicos. No Brasil, entretanto, o termo “evangélico” é usado quase como sinônimo de protestante, especialmente para se referir às igrejas pentecostais e neopentecostais.

A diferença entre protestantes e evangélicos pode ser entendida assim: os protestantes nasceram da Reforma Protestante no século XVI, como um “protesto” contra práticas da Igreja Católica. Já os evangélicos apareceram no século XVII dentro do protestantismo, destacando a centralidade da Bíblia e da experiência pessoal de conversão. Os protestantes incluem luteranos, calvinistas, anglicanos, batistas e metodistas. Os evangélicos geralmente se referem às igrejas pentecostais e neopentecostais. Ambos rompem com a autoridade papal e com tradições católicas, mas os evangélicos reforçam ainda mais a ideia de “somente a Bíblia” (Sola Scriptura).

Dentro do protestantismo, o pentecostalismo surgiu no início do século XX, em movimentos de avivamento como o da Rua Azusa, nos Estados Unidos. Os pentecostais enfatizam os dons do Espírito Santo, como falar em línguas, curas e profecias. No Brasil, exemplos clássicos são a Assembleia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil. Os cultos pentecostais são marcados por música intensa, orações fervorosas e grande valorização da experiência espiritual direta.

O neopentecostalismo apareceu a partir da década de 1970 como uma nova onda dentro do pentecostalismo. Além dos dons espirituais, os neopentecostais destacam a chamada teologia da prosperidade, que relaciona fé com sucesso material, e a batalha espiritual, que enfatiza a luta contra forças malignas. Também se caracterizam pelo uso intenso da mídia e estratégias modernas de evangelização. No Brasil, exemplos incluem a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Internacional da Graça de Deus e a Renascer em Cristo. Seus cultos são mais modernos e adaptados à cultura contemporânea, com forte presença em televisão, rádio e internet.

Resumindo:

• O cristianismo tem vários ramos, e o protestantismo é um deles.

• Os evangélicos fazem parte do protestantismo, com foco na Bíblia e na experiência pessoal de fé.

• Os pentecostais surgiram no início do século XX, destacando os dons espirituais.

• Os neopentecostais vieram depois, nos anos 1970, trazendo temas como prosperidade e uso da mídia.

Síntese das correntes protestantes

Luteranos

• Origem: fundados por Martinho Lutero no século XVI, na Alemanha.

• Ênfase: salvação pela fé, autoridade da Bíblia acima da tradição, rejeição da autoridade papal.

• Característica: liturgia semelhante à católica, mas com doutrina reformada.

Calvinistas

• Origem: João Calvino, século XVI, Suíça e França.

• Ênfase: soberania absoluta de Deus, predestinação, disciplina rígida.

• Característica: forte organização comunitária e ética do trabalho.

Presbiterianos

• Origem: derivados do calvinismo, especialmente na Escócia.

• Ênfase: governo da igreja por presbíteros (líderes eleitos).

• Característica: estrutura democrática e foco na educação.

Anglicanos

• Origem: Inglaterra, século XVI, com Henrique VIII.

• Ênfase: mistura de elementos católicos e protestantes.

• Característica: mantém bispos e liturgia tradicional, mas sem submissão ao Papa.

Batistas

• Origem: século XVII, Inglaterra.

• Ênfase: batismo apenas de adultos, liberdade religiosa.

• Característica: igrejas autônomas, sem hierarquia central.

Metodistas

• Origem: século XVIII, Inglaterra, com John Wesley.

• Ênfase: santidade pessoal, disciplina espiritual, ação social.

• Característica: forte engajamento em obras sociais e educação.

Pentecostais

• Origem: início do século XX, avivamento da Rua Azusa (EUA).

• Ênfase: dons do Espírito Santo (falar em línguas, curas, profecias).

• Característica: cultos vibrantes e emocionais, foco na experiência espiritual.

Neopentecostais

• Origem: década de 1970, como nova onda do pentecostalismo.

• Ênfase: prosperidade financeira, batalha espiritual, uso intenso da mídia.

• Característica: cultos modernos, linguagem acessível, grande presença em TV e internet.

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